Tilt-rotor Osprey estreia como aeronave de transporte nos porta-aviões dos EUA

Variante CMV-22B substituirá os antigos turboélices C-2A Greyhound que estão em serviço desde os anos 60
O CMV-22B, versão de transporte do Osprey para a Marinha dos EUA (Bell-Boeing)
O CMV-22B, versão de transporte do Osprey para a Marinha dos EUA (Bell-Boeing)

Uma das mais antigas aeronaves usadas pela Marinha dos EUA a bordo de seus porta-aviões começará a ser substituída em breve. O turboélice C-2A Greyhound, fabricado pela Northrop Grumman desde a década de 60 sairá de cena até 2024 para a entrada em serviço do CMV-22B.

Apesar da sigla pouco conhecida, trata-se de uma variante de transporte de pessoal e carga do tilt-rotor V-22 Osprey, da Bell e Boeing. O primeiro exemplar de 48 aeronaves encomendadas foi entregue pelas duas fabricantes nesta segunda-feira, 10, em Amarillo, no Texas.

“O CMV-22B oferece mais recursos não apenas para a missão de transporte a bordo dos porta-aviões, mas para o combate de alto nível ”, disse o capitão da Marinha dos EUA, Dewon Chaney. “Estamos ansiosos para incorporá-lo à frota e mostrar suas imensa capacidade e flexibilidade”.

Após voar pela primeira vez em dezembro, o CMV-22B agora será alocado nas estações navais de North Island em San Diego e em Norfolk, na Costa Leste do país. Para acelerar o treinamento, membros da US Navy treinaram com os Fuzileiros Navais, que operam o Osprey desde 2007.

Além de ser capaz de decolar e pousar na vertical, o Osprey também pode transportar mais de 2,7 toneladas a uma distância de 1.850 km. Segundo a Bell e a Boeing, ele é a única aeronave embarcada capaz de levar componentes do motor do caça F-35C diretamente no convés de voo dos porta-aviões.

A US Navy receberá 48 unidades da aeronave tilt-rotor (Bell-Boeing)

Irmão do Hawkeye

Após mais de 50 anos em serviço, o C-2 Greyhound enfim terá sua merecida aposentadoria. A aeronave foi introduzida na Marinha dos EUA em 1966 com a missão de substituir o pequeno C-1 Trader, uma variante do conhecido avião anti-submarino Tracker, que foi utilizado pela Força Aérea Brasileira como aeronave embarcada no porta-aviões Minas Gerais. Projetado pela então Grumman, o C-2 era uma adaptação do avião-radar E-2 Hawkeye com fuselagem mais larga para acomodar 26 passageiros ou 4.500 kg de carga.

Com sua cauda característica com quatro estabilizadores verticais, o C-2 foi contemporâneo de famosos aviões embarcados como o A-7 Corsair II, o A-6 Intruder, o EA-6 Prowler, o F-4 Panthom, o F/A-18 Hornet e o F-14 Tomcat. Em 1984, a US Navy fez uma nova encomenda do turboélice mas com melhorias em aviônicos e na estrutura e que foi batizada como C-2A(R). A Grumman entregou 39 unidades até 1990 e que substituíram os C-2A originais, além de ampliarem a frota da aeronave.

Em meados dos anos 2000, 36 unidades do Greyhound passaram por um programa de extensão da sua vida útil, além de receberem novos aviônicos. A modificação mais visível, no entanto, foi a adoção de um conjunto de hélices com oito pás. A reforma possibilitou que o C-2A(R) possa voar até 2027, mas a Marinha dos EUA decidiu acelerar sua substituição pelo Osprey já próximos quatro anos.

O turboélice C-2A(R) Greyhound: aposentadoria até 2024 (USN)

Veja também: Após longo desenvolvimento, primeiro tilt-rotor civil do mundo deve estrear em 2020

Total
0
Shares
Previous Post

Em busca de clientes na Ásia, novo Embraer E195-E2 estreia no Singapore Air Show

Next Post

Jato executivo Pilatus PC-24 é autorizado a operar em pistas de terra

Related Posts
Total
0
Share