A Boeing só deverá entregar o primeiro jato supersônico de treinamento T-7A Red Hawk entre dezembro de 2025 e o início de 2026, reconheceu a Força Aérea dos EUA (USAF).
O novo atraso no programa da aeronave que substituirá os Northrop T-38 Talon envolve os assentos ejetáveis, que não têm atingido um grau de confiança exigido pela força.
O T-7A foi desenvolvido pela Boeing em parceria com a Saab e foi pioneiro em utilizar ferramentas digitais para acelerar o processo de desenvolvimento. De fato, entre o design digital até o primeiro voo passaram-se apenas três anos, graças aos avanços que permitiram uma montagem mais precisa do protótipo.
A Força Aérea dos EUA e a Boeing assinaram um contrato no início de 2018 e cinco anos depois, no entanto, apenas dois protótipos têm sido avaliados em voo, embora existam outros cinco aviões em estágios diferentes de produção e que deveriam ser entregues em 2023.
Por conta do problema com os assentos ejetáveis, os pilotos da USAF não podem voar no T-7, o que impede a entrega dos jatos de produção.
A Força Aérea e a Boeing afirmaram estar confiantes que o sistema será corrigido em breve. Segundo o serviço, os testes de ejeção mostraram que o sistema de escape pode causar concussões nos pilotos, embora fontes na indústria consideram que a USAF teria instrumentado os manequins de forma errada.
Encomenda de várias centenas de aviões
O novo atraso foi revelado após a Força Aérea não incluir a produção da aeronave no orçamento fiscal de 2024 já que o início da montagem foi transferido para 2025.
O T-7A Red Hawk é um jato supersônico monomotor para treinamento avançado que traz algumas mudanças conceituais. Uma delas é um cockpit mais versátil, capaz de acomodar pilotos de vários portes, daí a necessidade de um sistema de ejeção mais eficiente.
A USAF planeja adquirir entre 350 e 475 aeronaves para finalmente aposentar o T-38 Talon, aeronave de treinamento que deu origem ao conhecido caça leve F-5 Tiger II, operado pela Força Aérea Brasileira.
A mudança no planejamento, no entanto, deve obrigar a Força Aérea a estender a vida útil dos Talons, que já estão em serviço há mais de 60 anos.