As três maiores companhias aéreas chinesas, a China Southern Airlines, China Eastern Airlines e a Air China, receberam nesse domingo, 28 de junho, seus primeiros jatos regionais ARJ21-700 da COMAC. A cerimônia de entrega simultânea das três aeronaves foi realizada na sede da fabricante em Pudong, na província de Xangai.
Segundo a COMAC, as três empresas vão receber cada uma três jatos ARJ21 até o final deste ano, todos configurados com capacidade para 90 passageiros. Ao todo, o trio de companhias encomendou 105 aeronaves (35 unidades para cada). As entregas devem ser concluídas até 2024.
Com as novas entregas, o ARJ21 agora opera com cinco transportadoras chinesas. Os outros clientes do jato são a Genghis Khan Airlines e a Chengdu Airlines, que iniciou os voos comerciais com a aeronave em 28 de junho de 2016 e já possui 20 aparelhos na frota.
Meio chinês, meio americano
Primeiro jato comercial fabricado na China, o ARJ21-700 é resultado de um antigo contrato assinado entre a McDonnel Douglas e autoridades chinesas, ainda nos anos 1980.
Na época, foi negociada uma autorização para montar aeronaves na China, com a transferência dos direitos de produção do antigo jato DC-9, que por sua vez originou o famoso MD-80.
O projeto chinês aproveitou a base do DC-9 e modernizou o interior, os equipamentos de voo e outros sistemas da aeronave, como o trem de pouso, motores e os tanques de combustível.
Segundo dados da Comac, o ARJ21-700 pode alcançar a velocidade máxima de 870 km/h e tem autonomia de até 2.200 km. A empresa chinesa também planeja uma versão de alcance estendido, o ARJ21-700ER, que poderá cobrir uma distância de até 3.700 km, e um modelo com maior capacidade, o ARJ21-900, para até 105 ocupantes.
Até o momento, a COMAC recebeu 378 encomendas pelo ARJ21-700. A maioria dos clientes são companhias aéreas chinesas, mas também há compradores do Laos, Indonésia, Congo, Myanmar e até uma empresa de leasing dos EUA, a GECAS.
O ARJ21, por enquanto, é autorizado a voar somente na China, já que foi certificado apenas pela Administração de Aviação Civil da China (CAAC) para rotas domésticas. Nos próximos anos, a fabricante quer obter as homologações do FAA, nos EUA, e da EASA, na Europa, o que poderá ampliar o mercado da aeronave.
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