Embraer? Não, o anúncio da vez é da Empresa Nacional de Aeronáutica, a ENAER, do Chile, que lançou oficialmente no fim de outubro em parceria com a Força Aérea Chilena (FACh) o programa de desenvolvimento e produção do novo avião de treinamento Pillán II, sob um contrato avaliado em US$ 142 milhões.
Ao todo, a FACh planeja adquirir 33 exemplares do Pillán II para missões de treinamento primário. A aeronave é uma evolução do T-35 Pillán, uma espécie de “Tucano chileno” que foi o primeiro produto da ENAER e também a primeira aeronave projetada (com assistência da estadunidense Piper Aircraft) e produzida em série no Chile.
Em serviço no país desde 1984, os T-35 serão substituídos pelo novo modelo até o fim desta década – a FACh opera 30 unidades da primeira geração do Pillán.
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O programa de desenvolvimento e produção do Pillán II terá duração de oito anos, informou o Ministério da Defesa do Chile. A fase de definição de requisitos e projeto, já concluída, será seguida por uma fase de engenharia e produção de um protótipo, que deverá realizar seu primeiro voo em meados de 2025. Uma fase de testes subsequente está prevista para terminar em 2026, dando lugar à produção em série, com entregas à FACh entre 2027 e 2030.
A ENAER, porém, espera continuar com a produção do Pillán após 2030, sobretudo para atender o mercado internacional e no intuito de repetir o sucesso do T-35 original, que somou 150 unidades produzidas. A primeira geração do monomotor biposto chileno também foi exportado para forças armadas do Equador, República Dominicana, Guatemala, El Salvador, Espanha e Panamá.
Espírito dos Vulcões
O desenvolvimento da nova versão do Pillán, que significa “Espírito dos Vulcões” no idioma indígena Mapudungún, corre pelos escritórios de design da ENAER desde 2012. De acordo com o fabricante, o modelo atualizado é concebido para replicar o interior de aeronaves de combate de nova geração.
Segundo Pablo Astica, diretor de engenharia da ENAER, “além de incluir melhorias aerodinâmicas e uma maior utilização de compósitos em vez de peças metálicas, a principal característica do Pillan II será a instalação de um avançado cockpit de vidro e suíte de aviônicos”.
Inicialmente, a empresa chilena planejava equipar a aeronave com motor turboélice. No entanto, por razões de custo e eficiência, optou-se por um motor a pistão, tal como a primeira geração do Pillán, mas atualizado com uma hélice de quatro pás.