Em meio às sanções ocidentais após a invasão militar à Ucrânia, o governo russo tem buscado alternativas domésticas para restabelecer a produção de aeronaves comerciais.
O principal avião nesse sentido é o MC-21, um jato de fuselagem estreita de tecnologia similar ao Boeing 737 Max e o Airbus A320neo.
Equipado com motores PW GTF e asas de material composto, o Yakovlev MC-21-300 deveria ter entrado em serviço há algum tempo, mas os embargos obrigaram a United Aircraft Corporation (UAC) a substituir todos os componentes ocidentais.
O programa acabou atrasando e o longo tempo até que o ritmo de produção seja suficiente para atender a demanda interna fez a UAC buscar uma solução de curto prazo, o Tupolev Tu-214.
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Espécie “Boeing 757” russo, o Tupolev Tu-204 surgiu no final dos anos e voou pela primeira em janeiro de 1989.
Cerca de uma centena desses jatos de 210 assentos foi concluída, incluindo a variante Tu-214, que foi fabricada pela empresa KAPO em Kazan e tem como diferença uma porta extra do lado esquerdo.
O esforço para recolocar o Tu-214 em produção tem crescido e a Tupolev anunciou na semana passada que terá um “Centro de Design de Inovação” que será respondável por atualizar a aeronave.
A fabricante está selecionando especialistas em design e engenharia para o que ela chamou de “desafio único da modernização do avião de passageiros de médio curso Tu-214.”
“O centro de inovação se tornará uma fábrica única de pensamento. Esperamos que novas ideias inovadoras nos permitam melhorar o nosso produto, aumentar a eficiência da produção e chegar mais perto de criar a versão ideal da nossa aeronave”, disse Konstantin Timofeev, diretor geral da Tupolev.
Novos pedidos
Enquanto busca formas de atualizar a aeronave, que entrou em serviço nos anos 90, a UAC tem anunciado novos acordos pelo Tu-214.
Na semana passada, a S7 Airlines assinou um Memorando de Entendimento para adquirir 100 jatos Tu-214.
Os detalhes ainda serão decididos mas o cronograma prevê um primeiro acordo para 10 jatos até o final do ano e mais 90 aviões com especificações solicitadas pela S7.
Por outro lado, a Aeroflot, maior empresa aérea da Rússia, teria entrado em conflito com a UAC na Justiça. O caso envolveria uma mudança numa grande encomenda anunciada no ano passado, que tinha o Tu-214 incluído.
A transportadora, no entanto, teria mudado de ideia e encomendado apenas o MC-21.
O governo russo está tentando propagandear que está tudo ótimo com sua indústria e que todo dia tem uma novidade positiva, especialmente com a indústria aeronáutica.
Chega a ser patética a quantidade de posts pelo mundo tentando enaltecer os novos “supostos” feitos, como se a Rússia fosse um universo paralelo e independente do resto do mundo.
O desespero é tamanho que a entrega de uma única aeronave é chamada de “lote” e velhos aviões estocados a décadas e somente agora ressuscitados são apresentados como novinhos em folha, fruto da enorme capacidade, ou mágica russa, em criar coisas novas do nada.
Fico imaginando quem é da área aeronáutica lendo esse tipo de declaração sabendo que tudo é um enorme teatro de propaganda para idiotas.