As empresas alemãs H2FLY e Deutsche Aircraft assinaram um Memorando de Entendimento nesta terça-feira, 6, com o intuito de pesquisar e desenvolver a tecnologia de célula de hidrogênio para uso em aeronaves regionais.
Para isso, elas farão uso de um turboélice Dornier 328 que servirá com bancada de testes para o projeto. A expectativa é que a aeronave voe pela primeira vez em 2025.
A Deutsche Aircraft foi criada recentemente com a missão de lançar o turboélice D328Eco, um aprimoramento da aeronave original com maior capacidade de passageiros, novos aviônicos e capacidade de utilizar combustíveis sustentáveis.
A H2FLY, por sua vez, é uma startup nascida da parceria entre a German Aerospace Center e a Universidade de Ulm, que estudam a tecnologia de célula de hidrogênio na aviação há alguns anos. Para isso, elas criaram a aeronave experimental HY4, com 4 lugares e um motor elétrico movido a hidrogênio que realizou mais de 70 voos.
A meta do projeto é dar origem a aeronave hidrogênio-elétrica mais potente que já voou, com capacidade para 1,5 MW, segundo a equipe envolvida no programa.
“A tecnologia de célula de hidrogênio oferece uma oportunidade para eliminarmos completamente as emissões de carbono e óxido de nitrogênio dos voos regionais e a tecnologia para fazer isso que isso aconteça está mais perto do que se pode imaginar”, afirmou o Prof. Dr. Josef Kallo, co-fundador e CEO da H2FLY.
“Nos últimos 16 anos, trabalhamos muito para demonstrar nossa tecnologia em aeronaves menores, concluindo voos baseados em seis configurações de propulsão. Hoje temos o prazer de levar isso ao próximo nível com a Deutsche Aircraft, à medida que aumentamos nossos esforços para aeronaves regionais”.
“A Deutsche Aircraft está convencida de que a maior eficiência propulsiva das aeronaves movidas a hélice conduzirá a mudança na tecnologia de propulsão e resultará na redução do consumo de combustível e das emissões no futuro. Combinar o design moderno da aeronave movida a hélice com as fontes de energia com zero carbono é fundamental para alcançar um transporte aéreo sustentável”, disse Martin Nüßeler, CTO da Deutsche Aircraft.
O uso de motores movidos a hidrogênio como alternativa aos combustíveis fósseis vem ganhando espaço em novos projetos de aeronaves comerciais. O maior apoiador do conceito é a Airbus, que começou a desenvolver o programa ZEROe este ano.
O combustível, que pode ser extraído da água, tem emissão praticamente zero de poluentes, mas depende de um sistema de armazenamento capaz de reduzir sua temperatura para 253ºC negativos. O hidrogênio também requer quatro vezes mais volume do que o querosene e, portanto, ocupará grande parte da fuselagem de futuras aeronaves comerciais.
Prestem atenções nas configurações das hélices !