O programa do turboélice regional Il-114-300 terá o início de produção em série postergado, reconheceu o vice-presidente da Rússia, Yuri Borisov, em entrevista à TASS nesta semana.
A aeronave da Ilyushin é desenvolvida com o intuito de oferecer voos de curto alcance em regiões remotas do país e que possuem infraestrutura aeroportuária precária.
O motivo do atraso envolve o motor TV7-117ST, uma versão civil do modelo que equipa o cargueiro militar Il-112V. Em agosto, o único protótipo da aeronave se acidentou após o motor direito pegar fogo. Nos dias seguintes à fatalidade, a UAC cancelou a participação do avião de transporte num evento, por suspeitas de que a falha poderia vir a acontecer com o Il-114.
Borisov, no entanto, descartou qualquer plano de substituir o motor da Klimov por um equivalente ocidental. “Quanto à substituição, isso não vai acontecer. Acredito que o motor TV7-117 precisa aprimorado para que atenda aos requisitos desta nova aeronave de transporte leve”.
A causa do incêndio, que vitimou três tripulantes da fabricante, ainda não é conhecida. O Il-112V tem a meta de substituir os antigos turboélices An-24 e An-26 na Força Aérea da Rússia, que deve encomendar cerca de 100 aeronaves.
O primeiro voo do Il-112V ocorreu em 2019, porém, mudanças no projeto fizeram com o segundo voo só acontecesse neste ano. A aeronave se preparava para participar de um evento de defesa em Moscou dias após o acidente.
Já o Il-114-300 é uma versão atualizada do primeiro Il-114, desenvolvido nos anos 90. A UAC planeja colocá-lo em serviço até 2023 e já tem dois aviões em fase final de montagem na fábrica de Lukhovitsy.
Nacionalismo acima da questão comercial e de seguranca, por outro lado, mesmo que quisessem um motor ocidental, não teriam, tendo em vista o embargo comercial. Em resumo, tá “russo” pra eles.