Turkish Airlines diz estar de olho no A220 e nos jatos E2 da Embraer

Em entrevista, İlker Aycı, presidente do Conselho de Administração da companhia aérea, revelou planos ambiciosos de expansão, incluindo a América do Sul
Boeing 787-9 da Turkish Airlines: companhia tem planos ambiciosos (Divulgação)
Boeing 787-9 da Turkish Airlines: companhia tem planos ambiciosos (Divulgação)

A Turkish Airlines tem orgulho em afirmar que é a companhia aérea que voa para mais países no mundo – nada menos que 124 deles, ou bem mais da metade das nações existentes (195). Mas suas ambições são maiores que isso. Dona de uma das maiores frotas de aeronaves, atualmente com 336 jatos, a companhia aérea turca está em uma acelerada modernização e expansão. Em junho, ela recebeu seu primeiro Boeing 787-9 e hoje já reúne seis unidades do modelo. Não satisfeita, a Turkish fechou negócio com a Airbus para adquirir 25 jatos A350-900, cujo primeiro exemplar será entregue em 2020.

Já em relação aos jatos de corredor único, a companhia turca está num impasse. Anos atrás, ela fechou um acordo com a Boeing para receber 40 737 MAX 8 e 10 MAX 9, dos quais 12 foram entregues antes que o modelo fosse aterrado após problemas com o sistema MCAS. Seu objetivo era terminar 2019 com 24 aviões, mas a falta de perspectiva sobre o retorno ao serviço do jato tornou essa meta impossível.

As dificuldades também ocorrem com a Airbus. A empresa encomendou o A321neo, dos quais já recebeu oito unidades, e esperava contar mais 17 aeronaves este ano. No entanto, o fabricante europeu tem atrasado suas entregas e a Turkish já reconheceu que precisará postergar algumas entregas.

Esse cenário não desanima Ilker Ayci, presidente do Conselho de Administração da Turkish Airlines. Em entrevista ao site turco Hurriyet, o executivo reconheceu os problemas com Boeing e Airbus, mas em sua visão essa situação será superada.

Para dar conta da expansão das rotas, Ayci fala em arrendar mais aviões, mas também estuda uma encomenda dos novos jatos A220, da Airbus, e da família E2, da Embraer: “Estamos interessados no A220 e nos Embraer 190-195”, reconheceu, mas sem estipular uma quantidade de aeronaves nem em que estágio esse estudo está hoje. Embora não tenham a mesma capacidade que o 737 MAX e o A321neo, esses modelos poderiam suprir a necessidade da empresa em rotas na Europa e Oriente Médio.

Ilker Ayci: “Estamos interessados no A220 e no Embraer 190-195” (Turkish)

Rotas novas

Enquanto a situação não fica clara, a empresa aérea turca se prepara para a abertura de novas rotas internacionais. Na apresentação com os resultados do segundo trimestre, a Turkish enumera 18 novos destinos no exterior, mas Ayci diz querer ampliar as rotas para a América do Sul, onde hoje opera em cidades como São Paulo, Buenos Aires, Bogotá e Caracas. A companhia já comemora, inclusive, a boa aceitação dos voos para a Cidade do México e Cancún que estão lotados, segundo ela. Não se sabe se o executivo pensa em voar para outra cidade brasileira ou em nossos vizinhos como o Chile, por exemplo.

Trump versus Erdoğan

O crescimento da Turkish veio juntamente com outra estreia, o novo aeroporto de Istambul, inaugurado em 2019. Considerado um dos maiores do mundo, o novo terminal pretende rivalizar com Dubai como hub global e, claro, a THY (como também é chamada) é parte fundamental nessa estratégia.

O que pode complicar os planos da companhia aérea são os desentendimentos entre o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, e seu colega norte-americano, Donald Trump.

De uma aliada dos EUA, a Turquia passou a ser hostilizada pelo presidente americano quando decidiu adquirir mísseis russos. Trump então anunciou que tirará o país do programa do caça F-35, o que gerou ameaças de Erdoğan, entre elas, cancelar a compra dos aviões da Boeing.

Espera-se que os atritos não acabem resvalando nos jatos E2, que futuramente serão vendidos pela mesma Boeing no futuro.

Jatos E2 da Embraer podem ser saída para problemas de entregas do 737 MAX (Embraer)

Veja também: Turkish Airlines lança vídeo de segurança com tema de Lego

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  1. Se afetar os E2 no futuro não tem problema. É um problema é da boeing. Você não sabe que a Embraer vendeu a sua área comercial e 90 % dos seus lucros a Boeing?

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