A Embraer, pela primeira vez, admitiu que a empresa teve contato com o governo da Ucrânia para fornecer aeronaves A-29 Super Tucano, antes do país ser invadido pela Rússia no ano passado. A afirmação partiu de Bosco da Costa Junior, CEO da Embraer Defesa e Segurança, em entrevista ao website Breaking Defense durante o Paris Air Show nesta semana.
“Eles estavam muito interessados em nosso avião no passado, mas para ser honesto com você, não estamos mais em contato com eles”, relatou Costa Junior. “Não tenho nenhum tipo de conversa aberta com eles.”
O interesse de Kiev no Super Tucano é um assunto que vem sendo comentado desde 2019. Uma comitiva de representantes da Força Aérea Ucraniana, inclusive, veio ao Brasil para avaliar a aeronave naquele ano.
A venda dos aviões, no entanto, teria sido inviabilizada por conta da guerra no país europeu, mas também pelo posicionamento pró-Rússia do ex-presidente Jair Bolsonaro, como noticiou O Antagonista no ano passado. O acordo previa o fornecimento de 12 unidades do Super Tucano avaliadas em cerca de US$ 300 milhões.
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A despeito da negociação frustada com a Ucrânia, da Costa mencionou que a Europa é uma região onde espera obter pedidos pelo A-29. O fabricante, inclusive, lançou recentemente uma versão do Super Tucano específica para atender países que são membros da OTAN, o modelo A-29N.
“Temos estudado muito esse mercado. Discutimos essa configuração da OTAN em linha aberta com nossa força de trabalho de engenharia, nosso cara de inteligência de mercado e ouvimos os clientes. E é por isso que lançamos (o A-29N)”, disse o chefe da divisão de produtos militares da Embraer.