O sexto e último caça AF-1 Falcão da Marinha do Brasil modernizado pela Embraer decolou da sede da fabricante em Gavião Peixoto (SP) no dia 14 de setembro, informou o Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM). A aeronave em questão é o modelo AF-1C com matrícula N-1021, com cabine para dois pilotos.
Segundo o DAerM, a aeronave agora está realizando “voos de produção”, etapa de validação que antecede a entrega do jato. Entre os testes, destaca-se a campanha de vibração (“gun fire vibration”) com a verificação dos modos de disparo do canhão embarcado no caça, que será realizada na base aérea de Santa Cruz (RJ) em outubro. O avião deve reincorporado à frota da MB até o final de 2020.
AF-1 Falcão é a designação da MB para o caças navais McDonnell Douglas A-4KU Skyhawk II, projeto consagrado e provado em combate, mas já bem antigo. A primeira versão do caça voou no início da década de 1950.
Os jatos em serviço no Brasil foram comprados em 1997 da força aérea do Kuwait para operarem a bordo do porta-aviões São Paulo, desativado em 2018.
A modernização dos AF-1 vem sendo executada desde 2009, quando a Marinha formalizou a escolha da Embraer para realizar o projeto AF-1M. O planejamento original previa a atualização de 12 caças, mas por falta de verbas o número de aviões contemplados no processo foi reduzido pela metade. A primeira aeronave atualizada foi entregue em 2015.
Modernização
Os caças AF-1 da Marinha modernizados no Brasil são considerados a versão mais avançada do A-4 Skyhawk já desenvolvidas no mundo. O programa de atualização da aeronave inclui a substituição de antigos equipamentos de navegação e comunicação por recursos mais avançados, além da revitalização estrutural para prolongar a utilização dos jatos por aproximadamente mais 10 anos.
Um dos principais recursos de nova geração do AF-1 é o radar israelense EL/M 2032, que possui diferentes modos de operação. O equipamento pode realizar buscas ar-ar, ar-mar, ar-solo e navegação, além de ter a capacidade para rastrear 64 alvos marítimos simultaneamente a uma distância de até 256 km (160 milhas) – no modo ar-ar o alcance do radar é de 128 km.
A lista de novos itens no AF-1 ainda inclui aviônicos mais avançados (do tipo glass cockpit) e sistemas de geração elétrica e de oxigênio atualizados. Com essas modernizações, o caça da Marinha pode utilizar mísseis mais avançados e “bombas inteligentes”.
Avião naval sem porta-aviões…
Apesar do processo de modernização da Embraer, os AF-1 dificilmente devem voltar a pousar ou serem lançados a partir de um porta-aviões brasileiro. A Marinha, que recentemente incorporou o porta-helicópteros PHM Atlântico, ainda mantém o sonho de ter um novo navio-aeródromo.
O plano estratégico da Marinha para 2040, enviado ao Congresso neste mês, inclui a aquisição de um novo porta-aviões, caças e até drones de combate.
Atenta ao plano da Marinha do Brasil de voltar a operar com porta-aviões, a SAAB já sugeriu desenvolver uma versão naval do Gripen, o Sea Gripen.
Mais aviões navais
A Marinha do Brasil também trabalha na modernização de quatro Grumman C-1A Trader, adquiridos dos Estados Unidos em 2010. A versão atualizada, proposta pelo grupo Elbit Systems of America / M7 Aerospace, é chamada de KC-2 Turbo Trader.
Segundo a Marinha, os KC-2 equipados com motores turboélices e capacidade para operar em porta-aviões, poderão cumprir tarefas como vigilância naval, busca e salvamento, lançamento de paraquedistas e reabastecimento em voo de caças AF-1. A força naval não definiu uma data para incorporar as aeronaves de suporte aéreo.
Veja mais: Confira como foi a chegada do primeiro caça Gripen em Navegantes
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