As iniciativas de start-ups de aviação se multiplicam a cada semana, mas algumas realmente são de tirar o chapéu. Nascidas para viabilizar conceitos heterodoxos de aeronaves, essas empresas querem realizar no setor aerospacial o mesmo que o Google fez para as buscas na internet ou o Facebook nas redes sociais.
A missão, no entanto, é bem mais complexa, mas nem por isso menos instigante. E um dos projetos mais curiosos do momento é VBJ-1, ou Vertical Business Jet, um jato executivo que, como diz seu nome, decola e pousa na vertical.
A ideia de uma aeronave com essas características surgiu com Reza Mia, fundador e CEO da Pegasus, uma start-up sediada em Pretoria, na África do Sul. Seu argumento faz todo o sentido: os aviões executivos hoje são velozes e voam longe, mas se perde muito tempo para chegar até os aeroportos e um modelo que decola com um helicóptero resolveria essa questão facilmente.
Por isso, Mia idealizou o VBJ-1, uma aeronave de desenho incomum. Suas imensas e espessas asas têm diedro positivo e negativo nas pontas e cauda, uma empenagem em formato de “X” e que aloja os dois motores turbofan GE CT7-8.
Além de impulsionar o VBJ-1, os dois motores são responsáveis por movimentar quatro imensos fans de sustentação alojados dentro das asas. São eles que fazem com o que jato executivo decole e pouso na vertical e também a transição em voo.
Virando realidade
Como muitos outros projetos inovadores, iniciativas como o VBJ esbarram em dificuldades técnicas e na falta de investimento, mas o CEO da Pegasus parece animado com o andamento do seu jato executivo VTOL. Pela primeira vez, um mock-up em escala 1/8 será apresentado ao público no EBACE, maior evento da aviação executiva da Europa e que ocorrerá entre 21 e 23 de maio em Genebra, na Suíça.
Reza Mia, no entanto, promete iniciar a construção do seu primeiro protótipo em escala real neste ano a fim de realizar o voo inaugural em 2020. Com alcance de 2.130 km no modo vertical ou 4.400 km decolando de uma pista convencional, o VBJ-1 será capaz de voar a até 800 km/h. Por ora, a empresa realiza testes com esse mini-protótipo e garante que seu sistema de voo será tão avançado que apenas um piloto poderá comandá-lo.
Apesar de o investimento até aqui ter saído do próprio bolso de Mia, o executivo disse ao site Flight Global que serão necessários ao menos US$ 400 milhões (R$ 1,6 bilhão) para iniciar uma linha de produção. Para isso, o avião participará de uma turnê de apresentação na Europa nos próximos meses na esperança de que a Pegasus possa ser vista como a nova sensação da aviação quem sabe entre 2027 e 2028 quando o jato poderá ser entregue aos seus futuros clientes.