Após fechar um pedido pelo jato supersônico de passageiros Boom Overture, a United Airlines fez outro anúncio surpreendente nesta terla-feira, 13, ao encomendar 100 aviões elétricos ES-19, da startup sueca Heart Aerospace.
Na verdade, o acordo é mais abrangente já que inclui outros 100 pedidos feitos pela parceira regional Mesa Airlines, mas também o investimento das duas companhias aéreas em sociedade com o fundo Breakthrough Energy Ventures, criado por Bill Gates, para acelerar o desenvolvimento da aeronave com capacidade para até 19 passageiros.
O ES-19 possui configuração de asa alta com quatro conjuntos de hélices de 7 pás. Utilizando baterias de íon de lítio semelhantes às que equipam automóveis, o avião elétrico será capaz de voar 400 km e ser recarregado em até 40 minutos.
A aeronave será equipada com comandos fly-by-wire, pressurização e fileiras com assentos lado a lado dispostos em 8 fileiras. O ES-19 tem capacidade STOL, podendo operar em pistas de até 750 metros de comprimento.
Ou seja, poderá atender rotas de curto alcance entre pequenas cidades como uma alternativa sustentável aos jatos comerciais atuais. O local de fundação da Heart não é coincidência já que a Suécia e outros países nórdicos têm sido bastante restritivos quanto à emissão de poluentes na aviação.
A Heart afirma que seu avião elétrico será 20 vezes mais econômico que um turboélice equivalente e 100 vezes mais barato que um turbofan. Além disso, a empresa sueca aposta no baixíssimo custo de manutenção comparado ao de aviões com motores a combustão.
Os próximos passos do programa são concluir a revisão preliminar de projeto no 3º trimestre de 2022 e realizar a revisão crítica um ano depois. O voo inaugural está previsto para o final de 2024, com a obtenção do certificado de tipo no 3º trimestre de 2026 e a entrada em serviço no final do mesmo ano.
Mais de 100 rotas regionais
Para a United e a Mesa, o projeto do ES-19 é uma oportunidade de reduzir a pegada ambiental em voos regionais. Segundo a companhia aérea, ao menos 100 destinos poderiam ser atendidos pelo avião elétrico como rotas entre os aeroportos Chicago O’Hare e Purdue University ou entre o aeroporto internacional de San Francisco o aeroporto regional de Modesto.
A companhia aérea do EUA afirmou ter como meta reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 100% até 2050.
A utilização do ES-19 também poderá fazer renascer os voos commuter, que foram operados por pequenos turboélices como o Embraer Bandeirante principamente entre os anos 70 e 80 até a chegada de aeronaves maiores e, posteriormente, dos jatos regionais.
O ES-19 já havia atraído interesse de outra companhia aérea neste ano, a Finnair, da Finlândia, que assinou uma carta de intenção para 20 aviões.