A pandemia do coronavírus tem provocado a maior crise já vista no transporte aéreo, com consequências nefastas para a maior parte das companhias aéreas. Uma das questões mais intrigantes é saber como será o mercado de aviação quando o vírus for controlado, mas a possibilidade de contágio permanecer elevada. Pensando nesse cenário, a fabricante de poltronas de aviação Avio Interiors, da Itália, está propondo algumas soluções para esse problema.
O primeiro deles é uma adaptação para o layout dos aviões atuais, com poltronas lado-a-lado em que viajamos muito próximos de outros passageiros nas classes econômicas. Para reduzir o risco de contágio, a Avio desenvolveu um kit batizado de “Glassafe”, uma espécie anteparo transparente que se encaixaria entre os assentos, indo do peito à altura da cabeça dos ocupantes.
Segundo a empresa, o Glassafe “é feito de material transparente para tornar toda a cabine harmoniosa e esteticamente leve, mas cumprindo perfeitamente o objetivo de criar um volume isolado ao redor do passageiro, a fim de evitar ou minimizar contatos e interações via ar entre o passageiro e o passageiro, de modo a reduzir a probabilidade de contaminação por vírus ou outros”.
A Avio afirma ainda que o produto pode ser fornecido totalmente opaco ou diferentes níveis de transparência e que seria de fácil limpeza e higienização.
Já a outra solução, o “assento Janus” (em homenagem ao deus da Roma antiga) muda o conceito de ocupação da cabine de passageiros. Isso porque a Avio vê como saída para reduzir o contato entre as pessoas a adoção de um assento voltado para o fundo da aeronave. No caso, a posição central em jatos com fileiras de seis poltronas como o Boeing 737 ou Airbus A320.
Para a Avio, o “Janus” proporciona o isolamento máximo aos passageiros já que conta com um anteparo ainda maior do que o Glassafe. “Cada assento “Janus” é protegido por três camadas que impedem a propagação da respiração para os ocupantes dos assentos adjacentes”, explica a companhia.
Viagem quase de pé
As propostas da Avio parecem um tanto apressadas diante do momento que a aviação vive. Sua aplicação, no entanto, dependeria de estudos que comprovassem que o equipamento possa de fato reduzir as chances de contágio a bordo.
Não é a primeira vez que a empresa, que tem entre suas clientes a Azul, propõe ideias mirabolantes sobre o layout da cabine de passageiros. Em 2018, a Avio criou o “Skyrider”, um assento de classe econômica que implicaria em viajar em pé, apenas recostado e apoiado nas estranhas poltronas. A proposta visava ampliar o número de passageiros em aviões de companhias aéreas low-cost e chamou a atenção da Ryanair. Felizmente, a ideia não pegou.
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