Petrobras suspende a venda de gasolina de aviação no Brasil

Combustível é utilizado em aviões e helicópteros com motores a pistão; medida afeta cerca de 12 mil aeronaves no país
O Cessna 172 "zero km" é avaliado em cerca de US$ 360 mil (Cessna Aircraft)
O Cessna 172 “zero km” é avaliado em cerca de US$ 360 mil (Cessna Aircraft)
O Cessna 172 "zero km" é avaliado em cerca de US$ 360 mil (Cessna Aircraft)
O AVGAS é utilizado somente por aviões e helicópteros impulsionado por motores a pistão (Cessna Aircraft)

Um lote de AVGAS (também chamado de “gasolina de aviação) teve seu fornecimento interrompido preventivamente pela Petrobras em todo o Brasil nesta segunda-feira (13). Esse combustível é utilizado em aviões e helicópteros impulsionados por motores a pistão, enquanto jatos e turboélices comerciais usam querosene de aviação e portanto não são afetados.

Após o anúncio a Petrobras, a BR Distribuídora e a BP Brasil suspenderam a venda do combustível. A Raízen, distribuídora de AVGAS da Shell Aviation, está operando normalmente.

Na semana, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), informaram que estavam investigando uma suspeita de AVGAS adulterado distribuído no Brasil. O combustível pode ter causado danos e corrosões em tanques de combustível em peças de pequenas aeronaves, além de vazamentos.

Em comunicado divulgado no sábado (11), a Petrobras informou ter identificado um lote de combustível importado com “teor de compostos aromáticos diferentes dos lotes até então importados”.

Desde o recebimento das primeiras denúncias na semana passada, a ANAC informou que montou um grupo de trabalho para acompanhar a possível contaminação da gasolina de aviação. Como primeira medida, a agência comunicou a ANP e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) sobre o caso e solicitou reportes dos operadores que identificaram problemas em suas aeronaves.

A ANAC diz que todo esse trabalho de mapeamento de riscos para a aviação geral vem sendo feito em estreita parceria com a Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (AOPA) e com outros grupos do setor ligados à segurança operacional. Até o momento, cerca de 67 relatos foram encaminhados à Agência.

“Com as informações recebidas da comunidade aeronáutica, e após os resultados da avaliação que vem sendo feita pela ANP, a ANAC poderá recorrer a novas medidas cautelares e emergenciais, sempre em prol da segurança do setor. Neste momento, é necessária extrema cautela de cada operador e a Agência está mobilizada em torno da questão para apoiar os operadores de aeronaves e aeroportos”, diz o comunicado da ANAC.

Aos proprietários e operadores de aeronaves, a ANAC recomenda que façam antes de cada voo uma inspeção visual dos componentes e, caso identifiquem quaisquer indícios de corrosão ou ressecamento de componentes, não voem com aquela aeronave, relatem imediatamente à Agência e descartem o combustível. Além disso, o proprietário ou operador com suspeita acerca do combustível deve considerar interromper a operação da aeronave e procurar imediatamente uma organização de manutenção de produto aeronáutico para que sejam tomadas as medidas preventivas ou corretivas adequadas.

Veja mais: Russos e chineses se desentendem no programa do jato widebody CR929

 

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