Caracas, na Venezuela, recebeu nessa segunda-feira (10) visitantes ilustres que podem deixar quem está do outro lado das fronteiras curioso ou apreensivo. Dois bombardeiros nucleares Tupolev Tu-160 da força aérea da Rússia pousaram na capital venezuelana para participar de exercícios militares com as forças armadas bolivarianas.
Anunciado de surpresa nessa segunda-feira pelo ministro de defesa venezuelano, o general Vladimir Padrino López, o exercício tem como objetivo treinar manobras em parceria com os russos para defender o país que está na lista do “eixo do mal” de Donald Trump. A comitiva russa ainda inclui um cargueiro Antonov An-124 e um jato de transporte Ilyushin Il-62, que trouxeram cerca de 100 militares e autoridades da Rússia.
“Seguimos a doutrina de Simón Bolívar, que promove um mundo de equilíbrio e de paz. O comandante Chávez resgatou essa doutrina e Nicolas Maduro vem dando continuidade a ela. Por isso hoje, estamos construindo laços de paz”, declarou o ministro, lembrando do herói revolucionário que foi decisivo no processo de independência do país em 1811 (e de outros cincos países na América Latina sob domínio da Espanha).
O exercício “Vuelos Operativos Combinados Rusia-Venezuela” é realizado em um momento crítico na Venezuela, que sofre com a falta de suprimentos básicos para a população e o êxodo de imigrantes.
“As relações Rússia-Venezuela foram construídas em fundações sólidas. Mas além da cooperação militar técnica, temos construído uma verdadeira amizade entre nossas nações. E pudemos ver isso recentemente durante a visita do presidente Nicolás Maduro à Rússia, quando ele falou sobre vários assuntos de cooperação com seu colega Vladimir Putin, a quem saudamos com muito carinho”, disse o Padrino.
O general venezuelano não revelou o tempo de duração dos exercícios com a Rússia. “Este intercâmbio de voos operacionais que vamos começar com as forças armadas bolivarianas visa aumentar o nível de interoperabilidade dos sistemas de defesa aeroespacial da Rússia e da Venezuela”, anunciou o ministro da defesa.
Considerado um dos bombardeiros estratégicos mais letais do mundo, o Tupolev Tu-160 “Blackjack” (no código da OTAN) é uma aeronave que vem incomodando os Estados Unidos desde o início dos anos 1980 e até hoje é uma peça importante no jogo geopolítico da Rússia.
O enorme avião militar, com asas de geometria variável e capaz de voar a mais de 2.200 km/h, pode carregar 40 toneladas de armamentos, incluindo bombas e mísseis de longo alcance com ogivas nucleares.
Um único Tu-160 poderia, em tese, decolar de Caracas e bombardear diversos pontos pela América Latina e Caribe ou mesmo lançar ataques profundos nos EUA, e retornar. O bombardeiro supersônico da Tupolev tem autonomia de 12.300 km (transportando seis mísseis de cruzeiro convencionais ou nucleares), que ainda pode ser ampliada com reabastecimento aéreo.
O ministro venezuelano, no entanto, minimizou a demonstração de poder que um avião dessa categoria representa. “Que ninguém no mundo tema pela presença desses aviões logísticos e bombardeiros estratégicos que estão no território venezuelano. Somos construtores da paz, e não da guerra”, garantiu o ministro do governo Maduro.
Esta é a terceira vez que a Venezuela recebe a visita do Tu-160. O bombardeiro russo já havia passado pelo país em 2008 e outra vez em 2013. A viagem “surpresa” da comitiva russa até a Venezuela nessa segunda-feira disparou alarmes aéreos pela Europa, informaram agências internacionais. Caças da Noruega e do Reino Unido foram despachados para acompanhar as aeronaves russas em parte do caminho pelo Atlântico.
Forças combinadas
A força aérea da Venezuela possui atualmente os caças mais avançados em operação em toda a América do Sul, os Sukhoi Su-30. Segundo o registro mais recente compilado pelo Flight Global, o país vizinho do Brasil conta 23 unidades do jato de combate russo em serviço.
Em um cenário de guerra, os Su-30 venezuelanos, que também podem realizar voos longos (até 5.200 km com reabastecimento aéreo), seriam uma poderosa força de escolta e abrir caminho para eventuais ataques combinados com os bombardeiros russos de longo alcance. O força aérea venezuelana também mantém em operação outros 19 caças Lockheed-Martin F-16A, adquiridos dos EUA antes do governo Hugo Chavez, quando Caracas ainda mantinha relações amigáveis com Washington.
A Venezuela participou recentemente da Cruzex 2018, exercício militar promovido pela Força Aérea Brasileira em Natal (RN). O país, no entanto, enviou apenas um observador militar para acompanhar o treinamento, enquanto outras nações, incluindo a força aérea dos EUA com a maior comitiva estrangeira, enviaram aeronaves e tropas.
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São dois fatores a se considerar: 1) A Rússia como sempre ficando do lado dos comunistas. É só um destes países comunistas se vitimizarem e lá vem a Rússia, defensora dos ditadores safados. O País está explodindo, se lascando com os desmandos deste ditador e corrupto, mas a gente não vê a Rússia nunca propor ajuda aos cidadãos que sofrem verdadeiramente. 2) É o Brasil que está “pagando o pato” por toda safadeza deste governo. As fronteiras estão abertas e ainda hoje entrando milhares de Venezuelanos todos os dias! Daqui à pouco a Venezuela fica vazia! A Russia nunca veio pra cá antes, desta forma, com esta “demonstração”. Porque isso tudo? Estão querendo intimidar-nos?
Um TU-160 de chegar até Brasilia sem ser molestado?
O que a FAB pode fazer a respeito?