A Airbus deve oferecer em breve um pacote de modificações que ampliará em uma tonelada o peso máximo de decolagem (MTOW) do jato comercial A220-330, passando das 69,9 toneladas atuais para 70,9 t. O peso acrescentado na aeronave é composto basicamente por mais combustível, proporcionando um alcance de voo adicional de 200 milhas náuticas (370 km).
Em entrevista ao Flight Global, Antonio Da Costa, vice-presidente de marketing dos programas single-aisle (jatos de um corredor) da Airbus, disse o projeto é resultado de um trabalho divulgado pela fabricante em maio de 2019.
“Durante o projeto detalhado, enquanto examinávamos os números e os fatores de reserva na estrutura, descobrimos que havia margem adicional disponível na estrutura [do A220-300]”, afirmou Da Costa.
O executivo revelou que a Airbus atingiu o “limite do que poderíamos encontrar” na estrutura do A220-300 para alcançar a nova faixa de peso máximo. Com a mudança, o alcance da aeronave saltará para 6.574 km.
Da Costa antecipou que a modificação poderá ser incluída nos A220-300 em produção ainda neste ano e também como opção de retrofit para todas as aeronaves em serviço. “À medida que os clientes esperam a entrega, eles podem escolher o MTOW que quiserem”, acrescentou.
A Airbus vem refinando gradualmente o A220 desde que assumiu o programa CSeries da Bombardier, em julho de 2018. A fabricante também planeja aumentar o MTOW do A220-100.
“Essa capacidade de crescimento surge à medida que ganhamos experiência em serviço. Sabemos cada vez mais sobre a aeronave e somos capazes de voltar aos cálculos de engenharia originais e refiná-los com essa experiência em serviço”, disse Da Costa.
O modelo -300 é o mais popular da série A220, respondendo por 539 dos 629 pedidos firmes atuais, com 148 entregas para nove clientes.
Nos próximos meses, a Airbus deve alcançar a marca de 100 jatos A220-300 entregues. Até o final de fevereiro, a fabricante entregou 99 exemplares da aeronave (incluindo os modelos negociados pela Bombardier, que chamava a versão de CS300).
O executivo da Airbus disse na entrevista que o A220 foi “uma das aeronaves menos impactadas” no ano passado durante a pandemia, relatando que “quase toda a frota” está voltando a voar.
Na visão de Da Costa, a priorização da retomada dos voos de curta distância durante a recuperação do mercado pede aviões da categoria do A220 (outra opção são os E-Jets da Embraer). Para o executivo essas aeronaves permitirão que as companhias aéreas “saiam mais forte da crise”.
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