A dica foi dada por Cho Won-tae, presidente da Korean Air, recentemente. O executivo se mostrou interessado em uma versão com maior capacidade do A220, jato criado pela Bombardier com o nome de C Series e que teve o programa assumido pela Airbus em 2018.
Com 10 A220-300 em sua frota (maior versão do jato canadense), a Korean Air tem colocado o modelo no lugar do Boeing 737-800 com resultados positivos. O objetivo da empresa agora é convencer as autoridades sul-coreanas a permitir que o A220 opere em rotas com ETOPS de 180 minutos na região, após a Airbus ter ampliado seu envelope de voo.
Mas a companhia aérea da Ásia vê espaço para um suposto A220-500, como se referiram em janeiro alguns veículos de imprensa no exterior ao hipotético jato de maior capacidade .
De fato, um A220 um pouco maior, capaz de levar até 175 passageiros com a adição de três fileiras extras de assentos, por exemplo, poderia ser uma alternativa mais atraente para companhias que procuram por um jato um pouco menor que o A320neo. Esse avião existe em tese: é o A319neo mas, ao contrário do irmão mais famoso, teve poucos interessados até agora.
Segundo o relatório de pedidos e entregas da Airbus, existem 35 encomendas pelo A319neo, 30 delas de clientes não revelados, três de governos e apenas duas unidades da companhia aérea Air Cote D’Ivoire. Um enorme contraste com o A320neo que já acumula mais de 4.000 unidades encomendadas.
Mais eficiente
Embora o A319neo compartilhe das melhorias implementadas pela Airbus na família de jatos de corredor único, sua capacidade de passageiros inferior ao A320neo parece não ter atraído o interesse dos clientes, a despeito do enorme alcance.
O A319neo é capaz de transportar de 120 a 150 passageiros em duas classes, a mesma capacidade do A220-300, que é mais leve e consome menos combustível. Em tese, um A220-500 com uma fuselagem esticada em cerca de 2,5 metros seria capaz de levar mais passageiros com um custo cerca de 10% menor que o A319neo, baseado em estimativas sobre o desempenho dos demais aviões da Airbus.
Portanto, uma variante maior do A220 poderia complementar o A320neo com vantagens semelhantes para as companhias aéreas. No entanto, a Airbus parece hoje mais preocupada em melhorar a já grande eficiência do novo jato e sobretudo reduzir os custos de produção após anos de desenvolvimento que custaram à Bombardier mais de US$ 6 bilhões (R$ 23 bilhões), um aumento de 50% em relação ao planejado.
Ao menos Guillaume Faury, presidente da divisão comercial Airbus, admitiu em janeiro que a fabricante pretende investir na diversificação da família A220 após acelerar a produção do jato, que também será montado na fábrica da companhia nos EUA.
Stretched variant of the A220 may be the solution to replace A319neo
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