Veterano das Malvinas, porta-aviões Hermes pode ser preservado no Reino Unido

Desativado da marinha da Índia em 2017, embarcação pode retornar ao Reino Unido e virar museu
O INS Viraat assumiu a identidade do célebre HMS Hermes, da Royal Navy, em 1987 (US Navy)
O INS Viraat assumiu a identidade do célebre HMS Hermes, da Royal Navy, em 1987 (US Navy)
O INS Viraat assumiu a identidade do célebre HMS Hermes, da Royal Navy, em 1987 (US Navy)
O INS Viraat assumiu a identidade do célebre HMS Hermes, da Royal Navy, em 1987 (US Navy)

Começa a ganhar força no Reino Unido o plano de salvar o porta-aviões HMS Hermes, antiga embarcação britânica que foi fundamental na reconquista das Ilhas Falkland (Ilhas Malvinas), invadida pela Argentina em 1982 no conflito que ficou conhecido como “Guerra das Malvinas”.

O antigo navio de guerra da poderosa Royal Navy (Marinha do Reino Unido) não recebeu nenhum lance no leilão realizado na Índia para vendê-lo como sucata no mês passado. Segundo relatos da mídia britânica, o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pode ter interferido no pregão e impediu a venda do barco.

O deputado conservador David Campbell Bannerman disse ao jornal Sunday Express que acredita na possibilidade de Johnson ter entrado em contato com o governo indiano, dono do porta-aviões. “Acreditamos que Boris interveio, mas não conseguimos confirmar.”

O HMS Hermes foi vendido para a marinha da Índia em 1987 e rebatizado como INS Viraat, nome que carregou até sua desativação em 2017.

“É uma boa notícia que, por qualquer motivo, o HMS Hermes ainda pode ser salvo. Podemos arrecadar mais dinheiro de patrocinadores privados do que o governo indiano receberia para transformá-lo em sucata. É muito importante mantermos um pouco de nossa herança e história naval para as geração futuras verem”, disse Bannerman.

Ativistas querem que o navio-aeródromo seja atracado em Liverpool, enquanto outra parte sugere levá-lo para Londres, perto do HMS Belfast, cruzador da marinha britânica que serviu durante a Segunda Guerra Mundial e que hoje é um museu flutuante à margem do Rio Tamisa.

Segundo a imprensa britânica, são necessários cerca de 10 milhões de libras (cerca de R$ 54 milhões) para comprar o navio de volta da Índia e trazê-lo de volta ao Reino Unido.

HMS Hermes com caças Harrier durante a Guerra das Malvinas (Domínio Público)
Caças Harrier a bordo do convés de voo do HMS Hermes durante a Guerra das Malvinas, em 1982 (Divulgação)

O HMS Hermes começou a ser construído no Reino Unido ainda durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944, mas o navio foi lançado ao mar somente em 1953, ainda incompleto. O barco ainda demorou mais seis anos para ser colocado em operação com a marinha britânica, que o manteve em operação até 1984.

Enquanto isso no Brasil…

É interessante observar o interesse e declarações de governantes britânicos a favor de resgatar antigas relíquias de guerra, como é o caso do Hermes. É uma situação completamente oposta a do Brasil, que faz pouquíssima questão de preservar sua história e caminha para se desfazer de seu segundo porta-aviões, o NAe São Paulo – desativado em 2017.

NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, de onde não saiu desde 2014 (Thiago Vinholes)
Quem chega de avião ao Rio de Janeiro pelo aeroporto Santos Dumont ainda tem a chance de ver o NAe São Paulo atracado na Ilha das Cobras, local onde o navio repousa desde 2014 (Thiago Vinholes)

O casco do último navio-aeródromo do Brasil, colocado à venda pela Marinha em setembro de 2019, pode ter o mesmo destino de seu antecessor, o NAe Minas Gerais, que serviu no país entre 1956 e 2001 e posteriormente foi enviado para a Índia e transformado em sucata.

Há um esforço para resgatar o São Paulo e transformá-lo em museu. O projeto de autoria do Instituto São Paulo|Foch, formado por entusiastas e ex-militares brasileiros e franceses, porém, dificilmente deve sair do papel…

Veja mais: Marinha do Brasil estuda a possibilidade de comprar caças F/A-18 Hornet

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  1. O USS Intrepid, que visitei em 2016 em Nova Iorque, funciona muitíssimo bem como museu flutuante, ancorado no Rio Hudson – tenho certeza que o São Paulo faria tanto sucesso quanto…

  2. Se um navio aeródromo merecesse ser preservado seria o Minas Gerais. A história do São Paulo é vergonhosa, passou o tempo todo gastando dinheiro no cais, com exceção de poucos dias de navegação enquanto servia a marinha. (Serviu de 2001 a 2017 e ficou 206 dias no mar)

  3. Visitei o Museo Del Aire em Lima Capital do Peru durante os Jogos Pan Americanos 2019 e gostei, são locais importantes para apreciação do que existe exposto. Apoio a iniciativa da Marinha Brasileira em transformar o nosso Nae São Paulo em um Museo para visitação brasileiros e estrangeiros. Bom 2020 a todos!

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