A Boom Supersonic, startup dos EUA que desenvolve um jato supersônico de passageiros, tem enfrentado enormes desafios para levar seu projeto à frente.
Lançado na década passada, o programa para colocar no mercado uma aeronave capaz de voar a uma velocidade de Mach 1.7 com até 80 passageiros a bordo, teve a previsão de entrada em serviço adiada para 2030.
O plano segue, no entanto, com a meta de realizar o voo inaugural do Overture, nome escolhido para o jato de quatro motores, em 2027.
A Boom tem tentado contornar os problemas que surgiram como o fim da parceria com a Rolls-Royce, que inicialmente estudava desenvolver o motor a ser usado no Overture. Para isso, fechou um acordo com três empresas para produzir o Symphony, um turbofan com 35.000 libras de empuxo.
A nova dificuldade que surgiu é o aparente desinteresse de um dos potenciais clientes do avião supersônico, a Virgin Atlantic. A transportadora do Reino Unido, fundada por Richard Branson, foi uma das primeiras empresas a assinar um acordo com a startup, em 2016.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, no entanto, a Virgin teria deixado de exercer a opção para adquirir o Overture em 2020. Por outro lado, a reportagem também diz que as duas empresas não possuíam um acordo formal nesse sentido.
Foco no meio ambiente
A mudança de postura da companhia aérea ocorre enquanto outra empresa de Branson, a Virgin Galactir, estuda uma aeronave supersônica, porém, menor e mais rápida, capaz de transportar até 9 passageiros a Mach 3.
A despeito do afastamento da Virgin, a Boom conta com três companhias aéreas mais compromissadas com o Overture, a American Airlines, United e Japan Airlines, que juntas têm pedidos para 130 aeronaves.
Durante o Paris Air Show, a Boom assinou acordos com as fabricantes Aernnova (estrutura das asas), Leonardo (fuselagem e caixa da asa) e Aciturri (empenagem) e que serão responsáveis por produzir essas partes.
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A iniciativa da startup dos EUA surge em uma época em que as preocupações ambientais crescem, obrigando os fabricantes de aeronaves a repensarem a tecnologia de propulsão com o uso de hidrogênio e eletricidade no lugar do querosene.
Nesse cenário, um jato supersônico soa como um estranho no ninho já que não há grandes alternativas para vencer a barreira do som que não seja com motores convencionais que queimam muito combustível, mesmo que ele seja 100% sustentável como diz a Boom.