O grupo Virgin, liderado pelo excêntrico bilionário britânico Richard Branson, obteve importantes avançados em agosto com sua nova divisão, a Virgin Orbit, informou a empresa em suas redes sociais. A nova subsidiária realizou no mês passado os primeiros testes de voo com o “Cosmic Girl”, um Boeing 747-400 adaptado para lançar foguetes espaciais.
A aeronave foi operada pela companhia aérea Virgin Atlantic até 2015, inclusive com o mesmo nome – que muitos entendem como uma alusão a música Cosmic Girl da banda britânica Jamiroquai. No mesmo ano de sua retirada do serviço comercial, o jato foi transferido a Virgin Galactic, que dirige as atividades da nova divisão Virgin Orbit.
O antigo avião comercial foi modificado para servir como plataforma de lançamento aéreo do foguete LaucherOne, também desenvolvido pela Virgin. O veículo espacial será carregado em um suporte na asa esquerda da aeronave, próximo a fuselagem, como se fosse um grande míssil – no 747-400 original esse mesmo espaço pode ser usado para transportar um motor inativo.
Lançamentos espaciais mais baratos
O foguete da Virgin é projetado para transportar cargas de até 300 kg, como pequenos satélites. A técnica de lançamento proposta pela Virgin Orbit promete ser uma forma mais acessível de enviar objetos para órbitas baixas (até 500 km). Cada lançamento devará custar entre US$ 10 milhões e US$ 12 milhões, o que serão os valores mais baixos do mundo nesse segmento.
Como explica a Virgin Orbit, o LaucherOne será liberado do 747 Cosmic Girl a cerca de 35.000 pés (10.668 metros) de altitude. O processo, novamente, lembra o lançamento de um míssil: o artefato é liberado da aeronave em queda livre em logo em seguida aciona seus motores. Como não precisa sair do chão, o foguete da Virgin não precisa de tanto combustível para alcançar o espaço, além de não exigir uma dispendiosa base de lançamento.
O veículo espacial do grupo britânico é um foguete descartável de dois estágios. A primeira fase usa um motor de 75.000 libras de empuxo por cerca de três minutos. Após a separação, a etapa final do voo é completada com um motor de 5.000 libras de empuxo. Segundo a Virgin, cada missão deve durar menos de 10 minutos.
Sempre ousada ao estipular prazos, a Virgin diz que planeja realizar o primeiro teste com o LaucherOne até o final deste ano e iniciar os lançamentos comerciais entre 2019 e 2020.
Esse mesmo otimismo vem sendo uma das marcas da Virgin Galactic, que estreou em 2004 anunciando que lançaria o primeiro serviço de turismo espacial em 2009. O projeto, no entanto, ainda segue em desenvolvimento.