A companhia aérea africana Ethiopian Airlines marcou o retorno do 737 MAX à sua malha de voos para julho. A informação foi antecipada nesta quarta-feira (10) pelo CEO da empresa, Tewolde Gebremariam, durante uma live da associação CAPA – Centre for Aviation.
O executivo afirmou que após uma “análise minuciosa” a companhia ficou satisfeita com as modificações efetuadas no sistema de controle de voo do 737 MAX e que havia decidido continuar operando a aeronave da Boeing. A empresa tem quatro jatos MAX 8 aterrados – e pedidos por mais 25 exemplares do mesmo tipo.
Para quem não lembra, a Ethiopian Airlines foi a segunda companhia aérea que perdeu um 737 MAX 8, em março 10 de março. A queda do jato na Etiópia aconteceu cinco meses após o acidente com um modelo igual na Indonésia, operado pela Lion Air – que ainda não reativou seus 737 MAX. As duas tragédias deixaram um total de 346 óbitos.
Os comentários do CEO da empresa africana surgem num momento em que agências de aviação do Ocidente vêm liberando o retorno da aeronave. Depois de quase dois anos proíbido de voar, os 737 MAX receberam autorização para operações comerciais nos EUA, Brasil, Canadá e Europa.
Em meio a esses desenvolvimentos, a Ethiopian “também tem feito o acompanhamento por meio de nossos técnicos, engenheiros e pilotos especializados”, diz Gebremariam, acrescentando que eles “parecem estar satisfeitos” que as modificações e as soluções dos problemas com o sistema de controle de voo MCAS (Sistema de Aumento de Características de Manobra).
Falhas no MCAS foram apontadas como um fator determinante nos acidentes com os jatos da Lion Air e da Ethiopian Airlines, o que forçou a suspensão global dos voos e entregas do 737 MAX.
Gebremariam declarou que a empresa confia na segurança do 737 MAX, no entanto, ele disse que ainda vai “levar um tempo” para convencer seus funcionários e passageiros “de que este avião é seguro além de qualquer dúvida razoável”.
“Como sempre defendemos, não estaríamos entre as primeiras operadoras a voar com o avião, porque somos uma companhia aérea que foi gravemente afetada pelo acidente.”
Sobre a questão da confiança dos passageiros, Gebremariam citou discussões com seus contatos na Boeing, que sugeriram que “a recepção de passageiros tem sido boa” nos milhares de voos realizados com a aeronave desde o fim do aterramento.
“Não houve um número significativo de passageiros que se recusou a voar naquele avião, então vamos continuar a trabalhar nisso nos próximos meses”, disse Gebremariam.
O CEO disse ainda que a Ethiopian está “quase na fase final” de um “acordo amigável” de compensação com a Boeing sobre o acidente em março de 2019. “Eu diria que resolveremos isso em fevereiro.”
Veja mais: Conheça os novos aviões que chegarão ao mercado nos próximos anos