“Voo para lugar nenhum” da Qantas desperta interesse de passageiros e esgota bilhetes em minutos

Em voo cênico, a companhia aérea busca oferecer uma experiência de viagem singular por pontos turísticos da Austrália; “voo para lugar nenhum” custa até R$ 15 mil
Boeing 787 Dreamliner da Qantas: voo cênico da companhia enquanto a pandemia impede turismo (Mertie/CC)
Boeing 787 Dreamliner da Qantas: "voo para lugar nenhum" da companhia enquanto a pandemia impede turismo (Mertie/CC)
Boeing 787 Dreamliner da Qantas: “voo para lugar nenhum” da companhia enquanto a pandemia impede turismo (Mertie/CC)

Em meio à maior crise da aviação mundial, empresas aéreas estão investindo cada vez mais em ideias que possam atrair clientes para suas aeronaves. Imersos no cenário de fronteiras fechadas e quedas bruscas nas compras de passagens, algumas companhias optaram por reinventar seus serviços e até criar novas rotas.

Respeitando as limitações encontradas na atual situação do planeta, porém, sem deixar de atender aos amantes da aviação, os “voos para lugar nenhum” tomaram espaço e surpreenderam com a alta procura e vendas rápidas dessas passagens. Trata-se de fornecer uma inusitada experiência de viagem, da emoção do passeio por cima das nuvens, mas sem o intuito de levar o passageiro de um destino a outro.

A Qantas Airways, maior companhia aérea da Austrália, foi uma dessas empresas e está fornecendo o serviço em um trajeto com duração de 7 horas. Ao todo, são 134 passagens para o voo QF787 englobando as classes executiva, econômica premium e econômica. O avião escolhido para a realização da viagem foi o Boeing 787 Dreamliner, com capacidade total para 236 passageiros, mas que foi limitado por razões óbvias.

No roteiro a mais de 10 mil metros, os passageiros poderão contemplar lugares como o Outback (deserto australiano), a Grande Barreira de Corais e as Ilhas Whitsundays. Além disso, a empresa promete entretenimento especial para aqueles que estiverem a bordo, incluindo a companhia de uma celebridade, cuja identidade ainda não foi divulgada.

Os valores dos bilhetes variavam entre 787 e 3.787 dólares australianos – o que, na moeda brasileira, corresponderia a aproximadamente a R$ 3 mil e  R$ 15 mil, respectivamente. As passagens, que estavam disponíveis para a compra na última quinta-feira (17), esgotaram-se em poucos minutos, o que teria sido a venda mais rápida da história da companhia. “Sabíamos que esse voo seria popular, mas não esperávamos que ele esgotasse em 10 minutos”, disse um porta-voz da Qantas.

De acordo com o CEO Alan Joyce, “as pessoas claramente sentem falta das viagens e da experiência de voar. Se houver demanda, nós definitivamente buscaremos realizar mais desses voos cênicos enquanto todos esperamos a abertura das fronteiras”.

O voo partirá do Aeroporto de Sydney no dia 10 de outubro e regressará ao mesmo local horas depois.

A grande barreira de corais da Austrália é uma das atrações do voo da Qantas (Alicia3690)

Fly Well

Com o objetivo de cuidar do bem-estar e da segurança dos seus passageiros, a Qantas criou o programa “Fly Well”. De acordo com a empresa, o mais novo setor é responsável por reunir uma série de ações que possam mitigar a possibilidade de contágio da Covid-19 e outras enfermidades.

Dentre os procedimentos tomados, foram implementados: check-in sem contato, entrega de bagagem por meio de autoatendimento, distanciamento social, limpezas regulares e severas das aeronaves e ambientes externos, kits com máscaras faciais e lenços umedecidos para cada passageiro, dentre outros.

EVA Air, All Nipon Airways e Singapore Airlines

A Qantas não foi a primeira companhia aérea a proporcionar o “voo para lugar nenhum”. No dia 8 de agosto, utilizando seu famoso A330 com o tema Hello Kitty, a EVA Air – uma das maiores aéreas de Taiwan – fez um trajeto de 3 horas, decolando e pousando do aeroporto Taoyuan, em Taipei.

Outro voo, um tanto mais curto, foi operado pela All Nipon Airways. O objetivo era replicar a experiência de um resort havaiano nos ares, em uma hora e meia de voo com 300 passageiros, capacidade máxima da aeronave. Em nota, a Singapore Airlines afirmou que também está estudando a possibilidade de ofertar um serviço semelhante ao das outras companhias.

A Eva Air foi uma das primeiras companhias a realizar voos cênicos com seu A330 Hello Kitty (lasta29/CC)

Veja também: Plano de recuperação da Qantas envia A380 para o deserto

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