Zona de perigo: as regiões onde os aviões estão proibidos de voar

Conflitos e tensão no mundo obrigam aeronaves civis a evitar áreas de risco ou com sanções, tornando as viagens aéreas mais difíceis
Zonas de perigo: onde é proibido voar no mundo
Zonas de perigo: onde é proibido voar no mundo

No dia 5 de setembro deste ano um Boeing 787-8 da Air India que havia decolado de Nova Delhi com destino a Birmingham, na Inglaterra, foi obrigado a pousar para Moscou após um problema no porão de carga.

Embora a Índia mantenha relações abertas com a Rússia, uma aeronave que iria para o Reino Unido não deveria sair do país, que é alvo de sanções após a invasão militar à Ucrânia.

A situação é um exemplo das restrições que as viagens aéreas têm sofrido com grande frequência nos últimos anos em virtude do aumento da tensão entre vários países, guerras civis e terrorismo.

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O boeing 777-200 da Malaysia Airlines que foi abatido enquanto voava sobre a Ucrânia em 2014 (Alan Wilson)
O boeing 777-200 da Malaysia Airlines que foi abatido enquanto voava sobre a Ucrânia em 2014 (Alan Wilson)

Para evitar regiões de risco, as autoridades de aviação civil no mundo emitem recomendações, alertas e mesmo proibições, temendo possíveis atentados, sequestros ou disparos de armamentos por engano. São as chamadas ‘no-fly zones’ (zonas de proibição de voo).

Não é uma preocupação sem razão. Em julho de 2014, um Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil sobre a Ucrânia, vitimando todos os ocupantes, em meio a conflitos com separatistas na região do Donbas.

Em janeiro de 2020, um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines que decolava de Teerã, no Irã, com destino a Kiev, foi atingido logo após a decolagem por dois mísseis terra-ar.

O governo iraniano admitiu que as forças de defesa do país haviam confundido a aeronave com um míssil de cruzeiro dos Estados Unidos.

O mapa da Safe Airspace: países em vermelho são de alto risco
O mapa da Safe Airspace: países em vermelho são de alto risco

Mas onde é perigoso voar hoje em dia?

O site Safe Airspace traz uma visão global das regiões onde há conflitos e riscos em um mapa atualizado com frequência. Nele as zonas de risco são marcadas em três cores, vermelho (nível 1, o mais perigoso), laranja (nível 2) e amarelo (nível 3).

Em setembro de 2024, o mapa considerava oito países em que é extremamente arriscado voar. Todos eles estão em um raio de até 3.500 km e localizados no Oriente Médio, norte da África e no leste europeu.

A nação com mais restrições, como esperado, é a Ucrânia, que tenta expulsar as forças armadas russas que invadiram o leste do país em fevereiro de 2022.

Uma observação no tráfego aéreo mostrado pelo FlightRadar24 delimita claramente a ausência de aviões no entorno do país, um fenômeno semelhante ao visto na região onde estão a Síria, o Líbano e Israel.

Sobreposição com os voos no Flight Radar revela como as aeronaves eitam as áreas em vermelho
Sobreposição com os voos no Flight Radar revela como as aeronaves eitam as áreas em vermelho (Arte sobre imagem do Safe Airspace e FR24)

Embora os aeroportos estejam abertos parcialmente, muitos voos têm sido cancelados em meio ao conflito das forças militares israelenses com o Hamas e o Hezbollah, além de outras ações na Síria e possíveis ataques a Israel pelo Irã.

Um desdobramento da crise envolve o Iêmen, país no sul península da Árabia onde estão o Houthis, uma organização islamista que tem atacado embarcações no Mar Vermelho e Golfo de Aden.

Voos mais longos

Desde que os Estados Unidos deixaram o Afeganistão em agosto de 2021, o país é controlado pelos Talibãs e considerado uma área de risco para a aviação civil. São permitidos sobrevoos apenas numa região na borda leste, mas em níveis de voo acima de FL320 (32.000 pés).

Na África, dois países estão na lista, a Líbia e o Sudão. O primeiro está em guerra civil desde 2014 e, apesar de alguma evolução interna em 2020, segue uma região de alto risco para aeronaves. O Sudão está com o espaço aéreo fechado desde abril de 2023, quando ocorreu um golpe militar.

Não tão restritos, os países com risco de nível 2 também provocam problemas para as viagens aéreas.

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Boeing 777 da Swiss que pousou em emergência no Cazaquistão: companhias aéreas ocidentais evitam a região próxima à Rússia

A Rússia é talvez o país com mais reflexos nos voos de longa distância já que muitas companhias aéreas ocidentais e do Pacífico estão proibidas de sobrevoá-lo.

Como é o maior país em extensão territorial no mundo, evitar o espaço aéreo russo exige rotas mais longas ou contornos que tornam os voos mais demorados e caros.

O nível 3 (amarelo) provoca problemas menores, muitas vezes causadas pelo fato dessas nações serem vizinhas de regiões em conflito como a Turquia e o Egito, não impedindo de fato as viagens aéreas, mas exigindo cuidados extras.

 

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